O rapper Sean Combs, também conhecido como Diddy, recebeu nesta quarta-feira, 2, a sentença do processo onde foi acusado de transporte para fins de prostituição, tráfico sexual e conspiração para extorsão. Apesar de ter se livrado das acusações mais graves, os problemas legais do artista estão longe de acabar.
Para além das acusações já recebidas, um novo processo milionário promete complicar ainda mais a vida de Combs. As informações foram reveladas pela revista norte-americana Variety. Na última terça-feira, 1º, o dançarino e ator Edmond Laurent acusou judicialmente Diddy e outras pessoas, que não tiveram suas identidades reveladas no processo, de agressão, lesão corporal e abuso sexual.
Segundo o depoimento de Laurent, ele foi drogado e violentado sexualmente pelo rapper em diferentes ocasiões. Os crimes teriam acontecido no final da década de 2000, em luxuosos hotéis de Los Angeles. Laurent pede 10 milhões de dólares no processo.
De acordo com o homem, seu primeiro contato com Diddy ocorreu após ser contratado como dançarino para uma festa. Ao chegar no hotel, ele foi recebido por um casal vestindo máscaras. O homem, que Laurent revelou ser Diddy, e a mulher solicitaram uma dança particular. Após a dança, o dançarino foi pago e voltou para casa.
Em outro dia, Laurent foi novamente convidado para dançar para o casal. Dessa vez, no entanto, Laurent também foi pago para fazer sexo com a mulher na frente de Diddy. Em uma terceira ocasião, o casal revelou sua identidade para Laurent e ofereceu drogas e bebidas para o dançarino durante o ato sexual. Apesar de recusar algumas vezes, Laurent foi pressionado pelo rapper e acabou bebendo álcool. Segundo o processo, o dançarino se sentiu tonto e confuso após ingerir a bebida.
Meses depois, Laurent foi convocado novamente pelo casal. Mais uma vez, drogas e bebidas foram oferecidas, mas o dançarino voltou a recusar. Apesar disso, Laurent foi obrigado a se lubrificar com óleo de bebê. No processo, o dançarino diz acreditar que o líquido estava infundido com GHB, uma poderosa droga entorpecente capaz de desacordar pessoas.
Enquanto Laurent fazia sexo com a mulher, Diddy pediu para ele retirar a camisinha. O dançarino se recusou, mas a mulher perfurou a camisinha com a unha. Enquanto Laurent penetrava a mulher, o rapper se aproximou por trás do dançarino e passou a sussurrar comentários de natureza sexual para o homem. No processo, Laurent afirma que se sentiu coagido e pressionado durante o ato e que o efeito da droga e a presença agressiva de Combs o fizeram continuar.
No último encontro entre Laurent e o casal, Diddy ofereceu suco de laranja para o dançarino antes do ato sexual. Segundo o processo, no entanto, o casal "adulterou a bebida com Rohypnol e cetamina" sem o consentimento e conhecimento do dançarino.
Quando Laurent recobrou a consciência, ele estava deitado nu na cama, coberto de óleo de bebê e sentido dores na região anal. O dançarino, então, recebeu seu último pagamento e foi expulso do quarto de hotel pela mulher. "Ele se sentiu violado, confuso e fisicamente debilitado", afirma o processo.
Ainda segundo o documento, o trauma causado pela violência sexual resultou em um diagnóstico de condiloma, além de estresse pós-traumático, síndrome do pânico e depressão. De acordo com a acusação, Laurent passou a vomitar frequentemente e perdeu a capacidade de reter comida sólida e líquidos. Com isso, acabou tendo sua saúde debilitada e desenvolveu câncer de estômago.
"Não se trata somente de buscar justiça para um homem, trata-se de responsabilizar indivíduos poderosos que usam sua influência para explorar, degradar e destruir vidas em segredo", afirmou o advogado de Laurent, Rodney Diggs, à Variety.
"Por anos, o Sr. Laurent sofreu em silêncio - sua carreira, seu corpo e seu espírito foram irreparavelmente danificados pelo trauma que sofreu. Hoje, esse silêncio chega ao fim. Nenhuma quantidade de fama, fortuna ou intimidação deve proteger alguém de ser responsabilizado por suas ações", finalizou.