INTERNACIONAL

Após romper com Nike, união de Neymar com Puma gera dúvidas

Neymar anunciou neste sábado que assinou contrato com a marca esportiva alemã Puma, duas semanas depois de anunciar o fim de quinze anos de vínculo com a americana Nike

AFP
12/09/2020 às 18:24.
Atualizado em 25/03/2022 às 02:06

Neymar anunciou neste sábado que assinou contrato com a marca esportiva alemã Puma, duas semanas depois de anunciar o fim de quinze anos de vínculo com a americana Nike.

Confira abaixo as questões levantadas após o anúncio desta união comercial entre as partes.

Desde a aposentadoria do velocista jamaicano Usain Bolt, a empresa alemã não teve personalidades com a aura de Neymar em sua lista de embaixadores.

"Até cerca de 2012 ou 2013, a Puma perdeu muito espaço no mercado de equipamentos de futebol. Eles se concentraram um pouco no estilo de vida e nos esportes marginais", diz Peter Rohlmann, especialista em marketing esportivo na Alemanha.

"A partir desse período, eles tentaram voltar, chegando a acordos com grandes clubes, como Borussia Dortmund (2012) e depois Manchester City, Marselha, Milan, Valencia. A Puma também aproveitou a saída da Adidas de vários clubes "médios"", acrescentou o especialista.

Mas até agora, apesar de ter Antoine Griezmann ou Marco Reus, "eles estão encontrando dificuldades para contratar grandes jogadores, ícones do futebol, embaixadores da marca", destacou.

Com Neymar, "a Puma é instantaneamente equipada com uma cabeça de gôndola, que tem popularidade na França por exemplo de um Justin Timberlake (cantor canadense)", diz Jérôme Neveu, co-presidente fundador da agência francesa Advent, que mede e analisa a imagem de personalidades.

"É o mesmo tipo de transferência que Federer ou Jordan (...) Estamos em um mercado de superstars, a oferta é muito fraca e poucos players podem oferecer tamanho potencial de marketing", afirma Christophe Lepetit, economista do Centro de Direito e Economia do Esporte (CDES), da cidade francesa de Limoges.

Com um faturamento de 6,5 bilhões de dólares em 2019, a marca de roupas esportivas permanece está muito atrás de suas duas rivais Nike (46,3 bilhões dólares) e Adidas (23,5 bilhões dólares).

Mas antes de ser duramente atingida pela pandemia da covid-19 como seus concorrentes (vendas caíram 15,4% no primeiro semestre de 2020), a marca alemã estava em uma trajetória ascendente.

A contratação do Neymar é, dessa forma, uma aposta para melhorar as vendas e tentar competir com os mastodontes Nike e Adidas.

"Isso marca sua vontade de estar bem presente. E isso a instala permanentemente no trio", resume Virgile Caillet, secretária-geral da Union Sport et Cycle, a federação francesa de empresas esportivas.

Nada vazou sobre o contrato "mas pode-se estimar que 8 milhões de euros (9,5 milhões de dólares, por ano) pelo mercado atual", diz Peter Rohlmann.

Mas esses contratos também dependem dos resultados esportivos: "Se o jogador não ganhar títulos ou prêmios, ele pode ter menos do que esperava."

"Nunca saberemos com precisão as razões subjacentes para o fim da união" com a Nike, diz Christophe Lepetit.

O contexto da covid-19 pode ter influenciado e "não conhecemos as demandas de Neymar", acrescentou.

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