O encontro dos chefes das diplomacias da Armênia e do Azerbaijão, patrocinado pela Rússia, continuava nesta sexta-feira sexta-feira (9) em Moscou, com a esperança de pôr fim ao conflito na região separatista de Nagorno-Karabakh, onde os combates continuam
O encontro dos chefes das diplomacias da Armênia e do Azerbaijão, patrocinado pela Rússia, continuava nesta sexta-feira sexta-feira (9) em Moscou, com a esperança de pôr fim ao conflito na região separatista de Nagorno-Karabakh, onde os combates continuam.
As negociações já duram sete horas. Não há sinais de que vá ser celebrada uma coletiva de imprensa ao final da reunião. A porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, não quis fazer comentários sobre o andamento das negociações.
Um porta-voz do exército armênio afirmou à imprensa que os combates continuavam apesar das negociações.
"Damos uma oportunidade à Armênia de resolver o conflito pacificamente. É sua última chance", ameaçou o presidente azerbaijano, Ilham Aliyev, em discurso televisionado antes do encontro. "Voltaremos às nossas terras de qualquer jeito", acrescentou.
"Estamos prontos para a retomada do processo de paz em relação às recentes declarações dos presidentes e ministros das Relações Exteriores do Grupo de Minsk", nome dado aos três países mediadores (Rússia, Estados Unidos e França), declarou nesta sexta o primeiro-ministro armênio, Nikol Pashinyan.
Azerbaijão e Armênia, que até agora fizeram ouvidos moucos aos apelos internacionais à trégua, enviaram seus ministros das Relações Exteriores a Moscou para celebrar negociações, o que dá uma primeira esperança de um cessar das hostilidades.
Os ministros Zohrab Mnatsakanian (Armênia) e Ceyhun Bayramov (Azerbaijão), tinham sido convidados pelo presidente russo, Vladimir Putin.
"Nos orientamos a uma trégua esta noite ou amanhã, mas tudo ainda é frágil", afirmou nesta sexta à AFP a Presidência francesa, após conversas por telefone entre o presidente Emmanuel Macron com Pashinyan e Aliyev.
Antes das negociações em Moscou, o primeiro-ministro russo, Mikhail Michustin, se reuniu com seu colega armênio em Yerevan nesta sexta-feira.
Depois de uma noite de quinta-feira relativamente tranquila, novos disparos de foguetes e explosões foram ouvidos em Stepanakert na tarde de sexta-feira por um jornalista da AFP no local. Um dos foguetes caiu a alguns metros do cemitério de ex-combatentes.
Baku e Yerevan destacaram que a situação continuava tensa no "front". Os dois adversários afirmam que estão infligindo várias derrotas ao inimigo.
Em seu discurso televisionado, o presidente azerbaijano Aliyev anunciou a tomada da cidade de Hadrut, no sul de Nagorno Karabakh, e oito cidades vizinhas.
As informações foram qualificadas de "delírio" por um porta-voz da presidência dos separatistas.
Putin, que conversou com Pashinyan e Aliyev, "pede com urgência o cessar dos combates em Nagorno Karabakh por razões humanitárias para poder intercambiar os corpos dos mortos e os prisioneiros", segundo um comunicado do Kremlin da noite de quinta-feira, no qual as negociações eram anunciadas.