A Bielorrússia anunciou nesta quarta-feira (29) a prisão de 32 supostos "combatentes" russos do grupo militar privado Wagner, com a reputação de serem próximos ao Kremlin, acusando-os de tentar "desestabilizar" o país em vista das eleições presidenciais
A Bielorrússia anunciou nesta quarta-feira (29) a prisão de 32 supostos "combatentes" russos do grupo militar privado Wagner, com a reputação de serem próximos ao Kremlin, acusando-os de tentar "desestabilizar" o país em vista das eleições presidenciais.
Historicamente aliados, Moscou e Minsk mantêm relações tensas desde o final de 2019, com o presidente autoritário, Alexander Lukashenko, acusando a Rússia de tentar fazer da Bielorrússia um vassalo e ingerindo na consulta de 9 de agosto.
O principal canal de televisão da Bielorrússia e a agência oficial de notícias Belta anunciaram essas prisões, depois que as autoridades receberam informações sobre "a chegada ao território de 200 combatentes com o objetivo de desestabilizar a situação durante a campanha eleitoral".
A operação coincide com o trecho final de uma campanha eleitoral marcada por uma mobilização incomum da oposição e pela repressão contra manifestantes e opositores de Lukashenko.
"É necessário pedir explicações imediatas às estruturas russas apropriadas. Se eles são culpados, é necessário sair dessa situação com dignidade", disse ele à TV estatal STV durante uma reunião do Conselho de Segurança da Bielorrússia.
Lukashenko, no poder desde 1994 e buscando um sexto mandato, acusou Moscou de apoiar seus oponentes.
Segundo a Belta, os 32 presos na manhã de quarta-feira em um hotel perto de Minsk são "combatentes do grupo militar privado Wagner".
Outro homem foi preso no sul do país, mas a agência não esclarece se é outro suposto "combatente".
Wagner, fundado por alguém próximo a Vladimir Putin, é acusado de ser usado pelo Kremlin em intervenções estrangeiras nas quais a Rússia não deseja se associar oficialmente. Moscou nega, contudo, esse vínculo.
Este grupo de mercenários apareceu no leste da Ucrânia, em guerra desde 2014, e também foi destacado na Líbia e na Síria.
A televisão bielorrussa mostrou imagens das câmeras de vigilância por vídeo da chegada do grupo ao hotel, pouco antes da prisão.
Eles carregavam maços de notas de dólar, passaportes russos e manuais militares.
O grupo atraiu a atenção do hotel por seu comportamento diferente dos turistas russos clássicos. Eles usavam uniformes de estilo militar, não bebiam álcool, nem frequentavam locais de entretenimento. Além disso, cada um carregava três grandes malas pretas.
A embaixada russa em Minsk declarou no Twitter que foi "oficialmente informada da prisão de 32 cidadãos russos", sem mais detalhes.
A embaixada russa em Minsk declarou no Twitter que foi "oficialmente informada da prisão de 32 cidadãos russos", sem fornecer mais detalhes.