O Conselho de Segurança da ONU ordenou nesta quinta-feira (4) ao secretário-geral da entidade, Antonio Guterres, o destacamento de observadores do cessar-fogo na Líbia, segundo carta obtida pela AFP
O Conselho de Segurança da ONU ordenou nesta quinta-feira (4) ao secretário-geral da entidade, Antonio Guterres, o destacamento de observadores do cessar-fogo na Líbia, segundo carta obtida pela AFP.
"Enquanto estudam sua recomendação para alterar o mandato da Missão de Apoio das Nações Unidas na Líbia (Manul), os membros do Conselho de Segurança recomendam que você estabeleça e posicione rapidamente uma primeira linha [de observadores] na Líbia", diz a carta, cujo conteúdo foi negociado por mais de uma semana.
O Conselho receberá, num prazo máximo de 45 dias, um relatório sobre os preparativos conduzidos por essa equipe de observadores, assim como suas propostas práticas, para emendar o mandato da Manul e realizar uma operação de observação no país.
A Líbia está mergulhada no caos desde a queda do regime de Muammar Khaddafi em 2011, após um levante popular.
Duas autoridades disputam o poder: de um lado, no oeste, o Governo de Unidade Nacional (GNA) de Fayez al-Sarraj, reconhecido pela ONU e apoiado pela Turquia; e de outro, um poder personificado por Khalifa Haftar, o homem forte do leste do país, apoiado sobretudo pela Rússia e pelos Emirados Árabes Unidos.
Após o fracasso de uma ofensiva lançada pelo marechal Haftar em abril de 2019 para conquistar Trípoli - após mais de um ano de combates às portas da capital - as duas partes concluíram um cessar-fogo em outubro e retomaram o diálogo incentivado pela ONU.
Em relatório no final de 2020, Guterres havia pedido a formação de um grupo de observadores desarmados, composto por civis e militares aposentados de países da União Africana, União Europeia e Liga Árabe.
O envio de observadores se faz com a aprovação das partes líbias.
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