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Governo dos EUA se volta contra racismo a asiáticos após massacre em Atlanta

O governo dos Estados Unidos expressou nesta sexta-feira (18) sua determinação para enfrentar o racismo aos membros de sua comunidade asiática, após um massacre a tiros em vários spas de massagem que deixou oito mortos em Atlanta e seus arredores na terça-feira

AFP
19/03/2021 às 09:11.
Atualizado em 22/03/2022 às 04:31

O governo dos Estados Unidos expressou nesta sexta-feira (18) sua determinação para enfrentar o racismo aos membros de sua comunidade asiática, após um massacre a tiros em vários spas de massagem que deixou oito mortos em Atlanta e seus arredores na terça-feira.

A Casa Branca anunciou que o presidente Joe Biden e a vice-presidente Kamala Harris visitarão na sexta-feira essa cidade americana do estado da Geórgia, e se reunirão com líderes asiáticos-americanos para "discutir os contínuos ataques e ameaças à sua comunidade".

Robert Aaron Long, um homem branco de 21 anos, confessou ser o autor do massacre. Seis das oito pessoas mortas eram mulheres de origem asiática.

No entanto, este homem de Woodstock, na Geórgia - que enfrenta oito acusações de assassinato e uma de agressão grave nos tiroteios nos três spas de massagem - afirma que não foi motivado por ódio racial.

Embora o motivo dos crimes ainda não tenha sido elucidado, o tiroteio tocou em um tema sensível em um país onde aumentaram os crimes de ódio contra americanos de origem asiática.

"Para muitos asiático-americanos, os eventos chocantes de terça-feira pareceram o culminar inevitável em que se registraram quase 3.800 incidentes de violência odiosa contra asiáticos", ressaltou o legislador Steve Cohen, em uma audiência de um subcomitê da Câmara dos Representantes em Washington.

Os incidentes contra asiáticos tornaram-se "cada vez mais violentos à medida que a pandemia da covid-19 piorava", contou o democrata Cohen.

Esse aumento, disse, foi alimentado por referências ao "vírus da China", um termo frequentemente usado pelo ex-presidente republicano Donald Trump, embora Cohen não o tenha citado.

Long, que as autoridades afirmaram ser um frequentador dessas casas de massagem, tinha sua primeira audiência marcada para esta quinta-feira, mas foi cancelada.

Segundo a polícia, Long negou que seus crimes tivessem motivação racista e se apresentou como um "viciado em sexo", ansioso para acabar com "uma tentação".

Porém, a prefeita de Atlanta, Keisha Lance Bottoms, declarou que essas alegações devem ser vistas com cautela e que é "difícil ignorar" que a maioria das vítimas são de origem asiática.

Por sua vez, Sarah Park, presidente da coalizão coreana-americana Metro Atlanta, apontou que o racismo foi claramente um fator no crime. "Sim, é um crime de ódio contra os americanos de origem asiática", observou.

Entre os que testemunharam perante o painel da Câmara estavam quatro congressistas de ascendência asiática.

"Os asiático-americanos não devem ser usados como bodes expiatórios em tempos de crise - vidas estão em jogo", defendeu Judy Chu, democrata da Califórnia.

"É fundamental que o Congresso tome medidas ousadas para enfrentar esta pandemia de discriminação e ódio".

Cohen, presidente do subcomitê, disse que os asiático-americanos têm sido submetidos a "assédio verbal, cuspidas, tapas" e foram "queimados, esfaqueados ou violentamente jogados no chão".

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