Um ataque com drones realizado nesta sexta-feira (19) provocou um incêndio em uma refinaria de petróleo na capital saudita e foi reivindicado pelos rebeldes huthis do Iêmen, que realizaram um avanço estratégico no norte do país em guerra
Um ataque com drones realizado nesta sexta-feira (19) provocou um incêndio em uma refinaria de petróleo na capital saudita e foi reivindicado pelos rebeldes huthis do Iêmen, que realizaram um avanço estratégico no norte do país em guerra.
Este é o segundo grande ataque desde o início de março contra instalações energéticas sauditas, o que destaca a escalada do conflito no vizinho Iêmen, um país devastado pela guerra no qual os rebeldes huthis, apoiados pelo Irã, enfrentam o governo, apoiado por uma coalizão militar liderada pela Arábia Saudita.
"A refinaria de petróleo de Riade foi atacada com drones, o que gerou um incêndio que foi controlado", disse o ministério saudita de Energia, destacando que não houve vítimas.
O governo condenou um "ataque covarde" e garantiu que não foi dirigido unicamente contra o reino, mas contra a economia e a segurança econômica mundiais.
Os huthis confirmaram a responsabilidade no ataque realizado com seis drones e que teve como alvo a gigante do petróleo Saudi Aramco, em resposta à "agressão brutal" da coalizão militar no Iêmen.
No início de março, Riade anunciou que um drone atacou um grande porto de petróleo e que um míssil balístico foi lançado contra instalações da Aramco no leste da Arábia Saudita.
Além disso, o ataque desta sexta-feira coincidiu com um grande avanço dos rebeldes huthis em sua ofensiva contra a cidade estratégica de Marib, a última fortaleza do governo no norte do Iêmen.
De acordo com um oficial, os rebeldes "tomaram o controle do Monte Hilan, que cerca Marib, depois de confrontos que deixaram dezenas de mortos" entre os combatentes.
"Marib está em perigo", declarou outro responsável pró-governo.
Depois de seis anos de guerra, os huthis reativaram, em fevereiro, sua ofensiva na região de Marib, onde há importantes campos petroleiros.
Marib está 120 quilômetros ao leste da capital, Sanaa, controlada desde 2014 pelos huthis, assim como grande parte do norte do país.
Depois da tomada do Monte Hilan, a coalizão árabe liderada por Riade lançou uma dezena de ataques aéreos contra as posições dos huthis, disse outra fonte do governo.
No entanto, os especialistas se mostraram prudentes, alegando que uma intervenção da coalizão internacional poderia atrasar uma eventual vitória huthi.
"Uma queda iminente de Marib continua sendo pouco provável", afirmou à AFP Majed al-Madhaji, do grupo de reflexão Sanaa Center.
A ofensiva deixou centenas de combatentes mortos e centenas de famílias deslocadas na região, que abriga mais de um milhão de pessoas deslocadas.
"Nossos filhos estão aterrorizados", disse à AFP Oum Alí, uma moradora. "Marib continuará inabalável", disse outro morador, Mohammed Yahya.