Inspetores da AIEA foram autorizados a visitar e verificar uma segunda instalação no Irã, onde atividades nucleares não declaradas podem ter ocorrido no início dos anos 2000, informou a agência nesta quarta-feira
Inspetores da AIEA foram autorizados a visitar e verificar uma segunda instalação no Irã, onde atividades nucleares não declaradas podem ter ocorrido no início dos anos 2000, informou a agência nesta quarta-feira.
"Como parte de um acordo com o Irã (...), a Agência teve esta semana um acesso complementar ao segundo local no país e colheu amostras ambientais", escreveu a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) em comunicado enviado à AFP.
No final do mês passado, o Irã anunciou que permitiria à AIEA o acesso a ambos os locais, após uma visita a Teerã do diretor-geral da agência, Rafael Grossi.
A primeira instalação foi visitada por inspetores no início de setembro.
O Irã havia recusado tal acesso no início do ano, argumentando que o pedido da AIEA era baseado exclusivamente em denúncias de Israel.
O conselho de ministros da AIEA adotou uma resolução em junho passado, a primeira desde 2012, pedindo ao Irã que cumprisse as solicitações internacionais.
A disputa ameaçou o acordo nuclear de 2015, que está por um fio desde que os Estados Unidos se retiraram dele em 2018.
Em uma coletiva de imprensa em 14 de setembro, Grossi disse que a análise das amostras ambientais retiradas do primeiro local levaria "não menos de dois meses, talvez dois ou três meses".
Não há indicação de que supostas atividades nucleares ocorridas há mais de 15 anos, não relacionadas às operações atuais do Irã, representem uma ameaça neste momento.
Mas, em virtude de seus compromissos com a AIEA, o Irã, que sempre negou o desejo de fabricar bombas atômicas, é obrigado a aceitar as inspeções solicitadas, destacam os especialistas.
Os Estados Unidos, mesmo fora do acordo nuclear iraniano assinado em 2015 em Viena, têm exercido pressão significativa sobre Teerã a respeito desses locais, com o objetivo de pressionar os europeus, Rússia e China a também abandonaram o acordo.
Em retaliação à retirada americana, Teerã continua enriquecendo urânio e usando centrífugas mais sofisticadas do que as autorizadas pelo acordo.
Em meados de fevereiro, o Irã disse que estava preparado para cancelar todas ou parte das medidas de desengajamento se a Europa lhe proporcionasse vantagens econômicas "significativas".
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