Milhões de pessoas celebram nesta sexta-feira um Natal diferente, marcado pelas restrições impostas em muitos países para lutar contra a pandemia, quando o mundo precisa "mais do que nunca" de fraternidade, segundo o papa Francisco
Milhões de pessoas celebram nesta sexta-feira um Natal diferente, marcado pelas restrições impostas em muitos países para lutar contra a pandemia, quando o mundo precisa "mais do que nunca" de fraternidade, segundo o papa Francisco.
"Neste momento da história, marcado pela crise ecológica e pelos graves desequilíbrios econômicos e sociais, agravados pela pandemia do coronavírus, precisamos mais do que nunca da fraternidade", declarou o pontífice em sua mensagem natalina.
"E isto é válido também para as relações entre os povos e as nações", insistiu.
O apelo por solidariedade se aplica "especialmente às pessoas mais frágeis, os enfermos e todos aqueles que neste momento estão sem trabalho ou em graves dificuldades pelas consequências econômicas da pandemia, assim como às mulheres que nestes meses de confinamento sofreram violência doméstica", acrescentou.
O coronavírus matou mais de 1,7 milhão de pessoas em todo o mundo e os focos de contágios que continuam surgindo mostram que, apesar das primeiras vacinas, a vida não voltará rapidamente à normalidade.
O diretor geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, declarou em uma mensagem de vídeo que "as vacinas oferecem ao mundo uma saída para esta tragédia", mas levará tempo", advertiu.
Tedros elogiou os "sacrifícios comoventes" que milhões de pessoas estão fazendo para permanecer afastadas de parentes durante o Natal.
Na Europa, uma nova cepa do coronavírus de propagação supostamente mais rápida foi detectada na Grã-Bretanha.
Nesta sexta-feira, o Velho Continente superou a marca de 25 milhões de casos confirmados. Na semana passada, a Europa se tornou a primeira região do mundo com mais de 500.000 mortes provocadas pela covid-19.
A Itália anunciou novas restrições contra a covid-19 durante o período de Natal e Ano Novo. O país é o mais afetado da Europa, com quase 71.000 óbitos e mais de dois milhões de contágios.
Na Ásia, as igrejas estavam praticamente vazias na Coreia do Sul e os fiéis acompanhavam as cerimônias on-line.
"Realmente é algo desolador", disse Park Jae-woo, membro da Yoido Full Gospel Church (evangelista), que normalmente recebe até 10.000 fiéis, mas que nesta sexta-feira tinha apenas 15 funcionários e integrantes do coro.
Nas Filipinas, país de maioria católica, os serviços religiosos foram afetados por um terremoto de 6,3 graus.
Na Basílica da Natividade em Belém, poucos fiéis e clérigos celebraram a missa do Galo à meia-noite.
Na capela adjacente à basílica, geralmente lotada no Natal, as autoridades religiosas permitiram a entrada de apenas alguns convidados.