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Oficina de fabricação de consolos cria polêmica entre ceramistas da Nova Zelândia

O sofisticado mundo da cerâmica na Nova Zelândia foi envolvido em uma polêmica, após a proposta de organizar uma oficina para a fabricação de consolos

AFP
03/12/2020 às 09:07.
Atualizado em 24/03/2022 às 03:09

O sofisticado mundo da cerâmica na Nova Zelândia foi envolvido em uma polêmica, após a proposta de organizar uma oficina para a fabricação de consolos.

A presidente da Associação de Oleiros de Wellington, Nicole Gaston, propôs organizar a oficina com a artista mexicana Iza Lozano.

Segundo Nicole, os brinquedos sexuais de argila têm várias vantagens em relação aos de látex, porque podem ser facilmente aquecidos e esterilizados e não contêm qualquer substância química para o corpo.

"Algumas das obras de cerâmica mais antigas encontradas são falos", disse a ceramista, para quem "as pessoas fazem isso há milhares de anos".

A proposta foi recebida com hostilidade, e esta funcionária, de 41 anos, viu-se forçada a renunciar à Presidência, voluntária, da associação.

"Alguns membros do comitê disseram que era desnecessariamente provocativo, outros que não era apropriado", contou.

"Houve uma resposta muito reacionária e escandalizada, dizendo "Como podemos falar sobre sexo? Devíamos ter vergonha disso"", completou.

De acordo com Nicole, muitos homens consideram castradora a ideia de que mulheres façam consolos. Ela decidiu abrir mão da oficina, quando começou a receber ataques pessoais.

"Não é que teríamos forçado qualquer pessoa a participar da oficina", afirma. "Se você não está interessado, fique em casa", comentou.

Nicole disse ainda ter ter recebido ataques na Internet.

"Vi no Reddit que alguém me chamou de louca, e pensei "posso ser um pouco direta, mas não acho que esteja louca"", insistiu.

Em 2018, a ceramista foi premiada com o trabalho intitulado "Vagina Teapot" ("Bule Vagina").

Ela disse ter ficado surpresa com a polêmica e explicou que, na verdade, a ideia era apresentar um projeto de empoderamento positivo sobre o sexo.

Alguns membros da associação apoiaram-na, como Vivian Rodríguez, que reconheceu que a oficina colocaria à prova as ideias morais de algumas pessoas.

"Será um excelente caminho para aqueles que desejam explorar diferentes tipos de expressão criativa, identidade de gênero e empoderamento sexual por meio da arte", alegou, em uma carta ao comitê da associação.

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