A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou nesta sexta-feira (31) que os efeitos do coronavírus "se farão sentir nas próximas décadas", em um momento em que são revelados números econômicos devastadores em diversos países devido à pandemia, como nos Estados Unidos, onde o Congresso fracassou em aprovar um novo pacote de estímulos
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou nesta sexta-feira (31) que os efeitos do coronavírus "se farão sentir nas próximas décadas", em um momento em que são revelados números econômicos devastadores em diversos países devido à pandemia, como nos Estados Unidos, onde o Congresso fracassou em aprovar um novo pacote de estímulos.
"Esta pandemia é uma crise sanitária que só acontece uma vez por século e seus efeitos se farão sentir por décadas", declarou Tedros Adhanom Ghebreyesus, chefe da OMS, durante uma reunião do Comitê de Emergência.
Os primeiros resultados dos estudos sorológicos mostram "que a maioria da população segue sendo suscetível ao vírus, inclusive em áreas com surtos muito fortes", declarou Ghebreyesus.
Enquanto isso, fracassaram as negociações no Congresso dos Estados Unidos para a aprovação de um novo pacote de estímulos, quando à meia-noite expira a vigência da ajuda de custo de 600 dólares aprovados pelo Legislativo em final de março, um duro golpe para milhões de desempregados, em um contexto sombrio após revelar-se que o país entrou em recessão com uma contração de 32,9% no segundo trimestre do ano.
A Europa também anunciou uma forte contração de sua economia e a entrada em recessão, após registrar uma queda histórica de 12,1% de seu Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre.
Alemanha e França, primeira e segunda maiores economias do bloco, sofreram quedas recorde - 10,4% e 13,8%, respectivamente - no segundo trimestre.
Na Espanha, a contração atingiu 18,5%, o que levou o país à recessão, após dois trimestres consecutivos de quedas do PIB. Um dos pilares da economia espanhola (12% do PIB), o turismo teve retrocesso de 60% em sua receita na comparação com o mesmo período de 2019.
Como contrapeso, a economia do Canadá se recuperou em maio com um crescimento de 4,5%, informou o governo nesta sexta-feira, depois de dois meses de quedas acentuadas.
A região da América Latina e Caribe, que tem o maior número de infecções no mundo, com 4.733.320 casos e 194.683 mortos, também enfrenta sua maior crise no último século.
O México registrou contração recorde de 17,3% no segundo trimestre.
O país se tornou o terceiro no mundo em número de vítimas fatais provocadas pelo coronavírus, com 46.000 óbitos.
O governo da Argentina, país que atravessa uma duríssima crise econômica e já estava em recessão antes da pandemia, colocou um freio na flexibilização das medidas de confinamento, pelo menos nas próximas duas semanas, devido ao elevado número de contágios que ameaça saturar o sistema de saúde.