Os países com armas nucleares continuam modernizando seus arsenais, afirma um relatório publicado nesta segunda-feira pelo instituto Sipri, que faz uma advertência sobre as perspectivas "sombrias" para controlar o cenário
Os países com armas nucleares continuam modernizando seus arsenais, afirma um relatório publicado nesta segunda-feira pelo instituto Sipri, que faz uma advertência sobre as perspectivas "sombrias" para controlar o cenário.
"A perda dos principais canais de comunicação entre a Rússia e os Estados Unidos (seus arsenais representam mais de 90% das armas atômicas) poderia potencialmente levar a uma nova corrida armamentista", afirmou Shannon Kile, diretor do programa de controle de armas nucleares no Instituto Internacional de Pesquisas sobre a Paz de Estocolmo (Sipri) e um dos autores do relatório.
O pesquisador se refere em particular ao futuro do tratado russo-americano New START, que deve expirar no fim de 2021.
Este é o último acordo nuclear ainda em vigor entre as duas potências, que tem como objetivo manter os arsenais nucleares dos dois países em níveis inferiores aos da Guerra Fria.
"As discussões para prorrogar o New START ou para negociar um novo tratado não avançaram desde 2019", observaram os pesquisadores do Sipri.
De modo paralelo, as potências nucleares continuam modernizando suas armas, enquanto China e Índia também ampliam suas armas.
"A China está no meio de uma modernização significativa de seu arsenal nuclear. Está desenvolvendo pela primeira vez uma chamada "tríade nuclear", composta por novos mísseis terrestres e marítimos e aviões com capacidade nuclear", explica o Sipri.
Além disso, o país continua resistindo aos convites do governo americano para entrar nas negociações sobre a limitação da corrida armamentista.
No ano passado, no entanto, o mundo registrou uma redução do número de ogivas nucleares.
No início de 2020, Estados Unidos, Rússia, Grã-Bretanha, França, China, Índia, Paquistão, Israel e Coreia do Norte tinham 13.400 armas nucleares, da cordo com as estimativas do Sipri, 500 a menos que no início de 2019.
A queda dos últimos anos foi provocada principalmente por Estados Unidos e Rússia.
Embora o futuro do New START permaneça incerto, os dois países continuaram em 2019 a cumprir as obrigações do tratado.
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