INTERNACIONAL

Pressão para adiar Jogos de Tóquio-2020 aumenta sobre o COI

A pressão segue aumentando sobre o Comitê Olímpico Internacional (COI) para que adie os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, previstos entre julho e agosto, devido à pandemia do coronavírus, após os pedidos de influentes federações, neste sábado (21)

AFP
21/03/2020 às 15:05.
Atualizado em 04/04/2022 às 23:14

A pressão segue aumentando sobre o Comitê Olímpico Internacional (COI) para que adie os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, previstos entre julho e agosto, devido à pandemia do coronavírus, após os pedidos de influentes federações, neste sábado (21).

Há vários dias, a entidade olímpica, com sede em Lausane, na Suíça, tenta justificar sua posição de aguardar, enquanto que o balanço de falecimentos por coronavírus segue crescendo no mundo, com medidas de confinamento da população sendo tomadas em muitos países, afetando cerca de 900 milhões de pessoas.

"Não vivemos em uma bolha ou em outro planeta. Claro que examinamos outros cenários, mas não seria responsável hoje e seria prematuro partir de especulações e tomar uma decisão", explicou o presidente do COI, o alemão Thomas Bach, em entrevista na quinta-feira (19) ao New York Times, ao ser questionado sobre a possibilidade de adiar os Jogos de Tóquio (24 de julho-9 de agosto).

Nos Estados Unidos, algumas federações não demoraram em se declararem contrárias ao apoio oficial ao COI dado pelo Comitê Olímpico americano (USOPC).

A primeira entidade a tornar pública sua insatisfação foi a Federação Americana de Natação, a USA Swimming, dona de 33 medalhas olímpicas -16 de ouro- nos últimos Jogos do Rio-2016.

A USA Swimming exigiu o adiamento, alegando que seus nadadores não conseguem treinar normalmente, sob o risco de contraírem o vírus ou propagá-lo a outros.

Este argumento vem sendo utilizado por grande parte dos atletas de alto nível no mundo, como a campeã olímpica de salto com vara, a grega Katerina Stefanidi, que acusa o COI de "colocar em risco" sua saúde.

Na última semana, muitos atletas publicaram, com dose de humor, imagens de seus treinamentos, confinados em casa, com equipamentos rudimentares.

"Nossos nadadores sempre estão preparados para qualquer prova, não importa quando ou onde. Mas seguir em frente em meio a uma crise sanitária mundial não é a resposta. O certo é dar prioridade à saúde e à segurança de cada um", escreveu o diretor-geral da USA Swimming, Tim Hinchey, em comunicado da USOPC.

Neste sábado, o presidente da Federação Americana de Atletismo, Max Siegel, pediu ao USOPC que defenda diante do COI o adiamento dos Jogos.

"O correto e responsável a fazer é priorizar a saúde e a segurança de todos e reconhecer de forma apropriada os efeitos que tem esta difícil situação, e que segue tendo, sobre nossos atletas e seus preparativos para os Jogos Olímpicos", declarou Siegel, reconhecendo, porém, que "não há situação perfeita".

Os pedidos para que os Jogos de Tóquio sejam adiados também ganharam força na França (FFN), onde a Federação de Natação questionou a "equidade esportiva".

"Na França, os atletas são prejudicados por um confinamento generalizado que não permite que treinem", lamentou a FFN.

Na Noruega, o recado é o mesmo: "É importante que o COI tome uma decisão o quanto antes, para que cada um tenha uma oportunidade igualitária de se preparar", disse à AFP a porta-voz do Comitê Olímpico norueguês, Sofie Olsen.

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