Dia das mães 2021 foi na UTI (Arquivo Pessoal)
Por trás de cada maternidade tem sempre uma história que pode ser de perseverança, fé, amor, felicidade, emoção, e até mesmo de milagre. E foi um milagre o nascimento do pequeno Theodoro, de um ano, filho da escrivã de polícia civil Juliana de Barros Barbosa, 43, e do pintor industrial Zemilton Francisco de Jesus, 44.
Apesar de o menino ter nascido dia 27 de abril do ano passado, esse será o 1º Dia das Mães de Juliana porque, no ano passado, neste dia, ele estava na UTI Neonatal. Aliás, foi nesta data, em 2021, que ela segurou, pela primeira vez, o filho nos braços.
Para homenagear todas as mães a Gazeta traz, no dia de hoje, reportagem especial com mulheres que estão vivendo sua primeira experiência como mãe. Juliana e Zemilton estão juntos há 13 anos.
Em 2016, obesa, com pressão alta, e sem programar, ela ficou grávida. Foi um choque, segundo ela, mas a deixou feliz. Ela procurou o médico, passou a tomar vitamina, mas, com nove semanas, ocorreu um aborto espontâneo.
"Decidi, então, preparar meu organismo para engravidar. Tentei emagrecer e, em 2016, fiz cirurgia bariátrica. Perdi 50 Kg e quando o médico me liberou comecei a me preparar para engravidar novamente", declara.
Em abril de 2020 veio a notícia que Juliaana estava grávida, porém com quatro semanas ocorreu outro aborto. Por estar com 42 anos, ela procurou o médico para ver a possibilidade de uma fertilização.
A resposta foi que o plano de saúde só iria cobrir o procedimento por meio de um provável terceiro aborto. "Tentei de novo e dia 7 de setembro de 2020 descobri que estava grávida de novo, de um mês. “Que alegria”, lembra.
Teve início o pré-natal e, com o início da pandemia, a futura mamãe continuou trabalhando. Com três meses de gestação, ela pegou Covid-19 e seu pulmão foi afetado por uma pneumonia.
“Muitas grávidas estavam morrendo e os médicos ainda não sabiam o que fazer. Em 15 dias, fui sete vezes ao Pronto Socorro com a pneumonia e oxigenação muito baixa", relata.
Ela diz que na sétima vez, ao dar entrada na unidade de saúde, exigiu que lhe dessem alguma medicação. O médico mandou chamar o marido dela, o qual disse que ia ministrar o antibiótico, mas, que não garantia a vida do bebê.
"Falei para ele (médico) cuidar de mim porque para meu filho sobreviver eu tinha que estar viva. Foi um desespero, ele queria me internar e eu não deixei. O médico resistiu em me dar o remédio, mas não demorou muito ele acabou cedendo. Foi Deus quem o colocou no meu caminho porque, em 12h, eu já estava melhor", revela.
Juliana trabalhou até o nono mês de gestação, a pressão arterial ia variando e Theodoro nasceu de cesariana, aos oito meses. Por causa do surgimento de uma infecção no líquido amniótico, Juliana teve que ficar oito dias internada e o filho 15 dias na UTI porque nasceu com apenas dois quilos e não sabia mamar.
"Meu presente do Dia das Mães, em 2021, foi carregar meu neném pela primeira vez. No 16º dia de vida ele foi para casa e daí para cá é só alegria. Então, praticamente, esse vai ser o primeiro ano que vou passar com meu filho em casa, em família, com a vovó também. Foi o melhor presente que já ganhei na vida", afirma.
Juliana declara que faz questão, neste dia, de homenagear sua mãe Helenita de Barros Barbosa. "Sem ela eu não teria conseguido", completa.