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Sobreviventes idosos fazem últimos apelos 75 anos após bombardeio atômico no Japão

Enquanto o Japão marca os 75 anos dos devastadores ataques a Hiroshima e Nagasaki, a última geração de sobreviventes das bombas nucleares trabalha para garantir que sua mensagem permaneça

AFP
04/08/2020 às 06:47.
Atualizado em 25/03/2022 às 17:33

Enquanto o Japão marca os 75 anos dos devastadores ataques a Hiroshima e Nagasaki, a última geração de sobreviventes das bombas nucleares trabalha para garantir que sua mensagem permaneça.

Os "hibakusha" - literalmente "pessoa afetada pela bomba" - são, há décadas, vozes poderosa que pedem o fim das armas nucleares.

Estima-se que restem apenas 136.700 deles, muitos ainda eram bebês ou estavam na barriga de suas mães no momento das atrocidades.

A média de idade de um sobrevivente agora é de pouco mais de 83 anos, segundo o Ministério da Saúde do Japão, o que torna urgente o compartilhamento de seus testemunhos e pedidos de extinção de armas nucleares.

"O que os hibakusha estão dizendo é que não podemos repetir (um ataque nuclear)", disse à AFP Terumi Tanaka, de 88 anos, que sobreviveu à bomba atômica em Nagasaki.

"Para que isso acabe, temos que deixar as pessoas saberem o que vivenciamos, para que possam ouvir os fatos".

Tanaka tinha 13 anos quando a bomba atingiu sua cidade natal. O ataque a Nagasaki matou 74.000 pessoas e ocorreu apenas três dias depois de uma primeira bomba atômica devastar a cidade de Hiroshima, matando 140.000.

Ele passou boa parte de sua vida compartilhando sua experiência, esperando que sua explicação sobre os horrores das armas nucleares convença as pessoas a apoiarem sua abolição.

Mas ele reconhece que a comunidade daqueles que sobreviveram aos ataques está diminuindo e que sua mensagem terá que ser levada adiante por outros nas próximas décadas.

"Todos nós vamos morrer um dia", disse ele.

"Montamos um grupo chamado No More Hibakusha Project, que trabalha para preservar registros como arquivos, incluindo o que escrevemos para que (a próxima geração) possa usá-los em suas campanhas".

Tanaka às vezes se preocupa com o fato de que o interesse sobre o tema possa estar se perdendo e reconhece que os discursos dos hibakusha não atraem muitas pessoas.

"Nós fazemos o nosso melhor", disse ele. "Mas se ninguém vier, é um golpe e uma perda".

Aos 74 anos, Jiro Hamasumi está entre os mais jovens sobreviventes. Sua mãe estava grávida dele em Hiroshima quando a bomba explodiu.

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