Os talibãs garantiram nesta quarta-feira (13) que estão dispostos a lutar contra as forças de segurança afegãs, depois de o presidente instruí-las a retomar as ofensivas após dois atentados cometidos na véspera, o que fragiliza ainda mais o processo de paz no país
Os talibãs garantiram nesta quarta-feira (13) que estão dispostos a lutar contra as forças de segurança afegãs, depois de o presidente instruí-las a retomar as ofensivas após dois atentados cometidos na véspera, o que fragiliza ainda mais o processo de paz no país.
Em dois ataques separados cometidos no Afeganistão na terça-feira - contra um hospital-maternidade em Cabul e contra um funeral no leste do país -, o número de mortos aumentou para 56, informaram funcionários de saúde nesta quarta.
Ontem, três homens invadiram a maternidade de um hospital em Cabul, enquanto aconteciam consultas com bebês e crianças.
"Enquanto mulheres grávidas e bebês buscam cuidados durante um dos períodos mais vulneráveis das suas vidas, os terroristas invadiram a maternidade com explosivos e tiroteios que duraram horas", disse em comunicado a organização humanitária internacional Médico Sem Fronteiras (MSF), que dirige a unidade da maternidade do Hospital Barchi, no oeste de Cabul.
Os agressores morreram após uma operação das forças de segurança, que retiraram as crianças feridas.
O vice-ministro da Saúde, Waheed Majroh, disse que pelo menos 24 pessoas morreram neste ataque, e 16 ficaram feridas.
Em outro ataque, um homem-bomba agiu no meio de um funeral na província de Nangarhar (leste). O porta-voz do ministro da Saúde da província de Kandahar, Zaher Adel, afirmou que 32 pessoas morreram, e 132 ficaram feridas.
O presidente afegão, Ashraf Ghani, acusou tanto os talibãs quanto o grupo Estado Islâmico de estarem por trás dos ataques. Este último assumiu o atentado em Nangarhar.
As forças de segurança afegãs estão há semanas em uma posição defensiva, na tentativa de facilitar as negociações de paz com os talibãs.
Depois dos dois episódios, Ghani convocou as forças afegãs a retomarem sua ofensiva contra os talibãs, que disseram estar prontos para responder às forças de segurança.
"A partir de agora, a responsabilidade por uma maior escalada de violência e suas ramificações recairão diretamente nos ombros do governo de Cabul", afirmaram os talibãs, em um comunicado divulgado nesta quarta.
O Conselho de Segurança da ONU condenou fortemente os atentados, classificando-os como "odiosos e covardes".
"Atentar deliberadamente contra bebês, crianças, mães e funcionários da saúde é abominável", ressalta um comunicado do Conselho de Segurança, que enfatiza que "qualquer ato de terrorismo é criminoso e injustificável".
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