A União Europeia celebrou, nesta quinta-feira (19), o fim das hostilidades em Nagorno Karabakh, mas condenou o envolvimento de forças estrangeiras e lançou um apelo por uma investigação dos crimes de guerra que possam ter sido cometidos durante o conflito
A União Europeia celebrou, nesta quinta-feira (19), o fim das hostilidades em Nagorno Karabakh, mas condenou o envolvimento de forças estrangeiras e lançou um apelo por uma investigação dos crimes de guerra que possam ter sido cometidos durante o conflito.
"A UE exorta todos os atores regionais a se absterem de qualquer ação, ou discurso, que possa colocar em risco o cessar-fogo e também apela para a retirada completa e rápida de todos os combatentes estrangeiros da região", disse o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell.
O acordo de paz entre a Armênia e o Azerbaijão, negociado pela Rússia, e as consequências do conflito foram discutidos nesta quinta-feira durante uma videoconferência de ministros das Relações Exteriores da UE.
O apoio militar da Turquia ao Azerbaijão e a intervenção de combatentes estrangeiros foram "decisivos", disse um dos participantes à AFP.
O papel da Turquia - país membro da Otan - será debatido na reunião dos chanceleres dos países dessa aliança militar, nos dias 1 e 2 de dezembro, acrescentou.
O acordo de paz consagra uma derrota humilhante para a Armênia e permite que o Azerbaijão recupere grandes extensões do território de Nagorno Karabakh sob controle armênio desde a primeira guerra, que estourou no início dos anos 1990.
Em sua declaração, Borrell denunciou o uso de "munições "cluster" [de dispersão] e armas incendiárias" durante este conflito e pediu que "todos os crimes de guerra que possam ter sido cometidos" sejam investigados.
Ele também insistiu na "importância de se preservar e restaurar o patrimônio cultural e religioso de Nagorno Karabakh e seus arredores".
Borrell pediu a todas as partes que cumpram "estritamente o cessar-fogo para evitar mais perdas de vidas" e anunciou que vai monitorar de perto a aplicação das disposições do cessar-fogo, em particular no que diz respeito a seu mecanismo de vigilância".
"O fim das hostilidades é apenas o primeiro passo para encerrar um conflito de longa data", disse ele.
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